Historia
Antes do surgimento dos Titãs do Iê-Iê ,os integrantes da banda,já tocavam em vários grupos.Arnaldo Antunes e Paulo Miklos eram parte da banda Performática,Nando Reis era percussionista da banda Sossega Leão,Branco Mello,Marcelo Fromer e Tony Bellotto formavam o Trio Mamão e as Mamonetes,no qual chegou a se apresentar na televisão,num programa em que Wilson Simonal,após a apresentação dos 3 garotos,disse que eles precisavam evoluir,e que tinham um gosto mais moderno.Sérgio Britto e Marcelo Fromer também chegaram a se apresentar no Chacrinha,sendo "gongados" cantando a música Eu também quero beijar,sucesso de Pepeu Gomes. O Primeiro show dos ainda Titãs do Iê-Iê ocorreu no dia 28 de Setembro de 1982,no Sesc Pompeia,descrito pelo hoje,baixista e vocalista da banda,Branco Mello,numa sessão maldita pois teria começado muito tarde,sendo esta após á meia-noite.No ínicio a banda contava com visual extravagante com penteados estranhos,maquiagens e ternos coloridos,além de gravatas de bolinhas.Além disso,a primeira formação contava com 9 integrantes,sendo eles Arnaldo Antunes, Branco Mello, Marcelo Fromer, Nando Reis, Paulo Miklos, Sérgio Britto, Tony Belloto, Ciro Pessoa e André Jung,dos quais 6 deles eram vocalistas.Arnaldo,Ciro e Branco eram apenas vocalistas.Sérgio Britto cantava e tocava teclado em algumas músicas.Paulo Miklos e Nando Reis se revezavam no baixo e cantavam, Tony e Marcelo tocavam guitarra e violão respectivamente e André Jung tocava bateria.
O Primeiro Álbum.
Em 1984,Ciro Pessoa decide sair da banda,e logo após isso,assinam com a gravadora WEA e gravam seu primeiro disco,agora com o nome oficial de Titãs,retirando o iê-iê, que causavam problemas na fala de apresentadores de rádio e casas de show, pois sempre era confundido com Iê-Iê-Iê, vertente da qual se originou a Jovem Guarda. Nesse disco, homônimo, estão grandes sucessos da banda como Sonífera Ilha,que foi em 1984,a música mais tocada nas rádios brasileiras,rendendo á banda diversas apresentações em programas do Raul Gil,Chacrinha,entre outros.
Nesse mesmo disco, os Titãs colocaram nas rádios a música "Toda cor", além de uma das mais importantes da história da banda: Marvin. Embora ela faça parte desse disco, não fez sucesso naquele momento, fato que ocorreria quatro anos mais tarde, quando os Titãs lançaram uma versão mais técnica e melhorada da música. O mesmo fato aconteceria com outra faixa do disco, Go Back.
Sai André Jung, entra Charles Gavin.
Após um show no Rio de Janeiro, no final de 1984, os Titãs decidiram substituir o baterista André Jung por Charles Gavin. Há tempos a banda não estava satisfeita com a forma com que André tocava e, conforme a insatisfação com ele aumentava, crescia também a admiração por Charles Gavin, baterista que estava naquele momento ensaiando com o RPM, e que também já tinha feito parte do grupo Ira!. A notícia de que seria substituído na banda não agradou André, pois ele pretendia passar o ano novo com sua namorada no Rio de Janeiro e celebrar o sucesso da canção "Sonífera Ilha". Com a decisão da banda, André voltou para São Paulo e dois dias depois entrou para o grupo Ira!. Outro músico que não ficou satisfeito foi Paulo Ricardo, que descobriu que Charles Gavin tinha saído do RPM ao assistir um programa de TV, que mostrava a preparação do Titãs para um show, já com Charles entre seus integrantes. Este fato deixou um clima tenso entre o baixista e vocalista do RPM e o novo baterista dos Titãs.
O Disco Televisão.
Os Titãs gravaram seu segundo disco em 1985: o álbum Televisão, produzido por Lulu Santos, também não fez grande sucesso mas serviu para colocar a faixa-título nas rádios, além da música Insensível. Os Titãs ainda não conseguiam colocar no disco todo o peso que a banda tinha em palco e, além disso, a produção de Lulu Santos não agradou muito a banda. A ideia do disco, de que cada faixa representasse um canal televisivo, também contribuiu para o fato de que o disco não tivesse uma unidade maior.
Chegada ao Estrelato.
Em novembro de 1985, Tony Bellotto e Arnaldo Antunes foram presos (o primeiro por porte e o segundo por porte e tráfico de heroína). Bellotto foi libertado sob fiança. Arnaldo Antunes, por sua vez, permaneceu atrás das grades por mais tempo, sendo libertado após um mês.
O episódio teve um grande impacto na banda. Ofertas de shows escassearam e os Titãs perderam sua aura de "inocência" diante da mídia.
Após esses acontecimentos, os Titãs entraram novamente em estúdio, cuja principal mudança veio na parte da produção do disco, que ficou a cargo de Liminha, o principal produtor da época. As relações entre a banda e o produtor não eram das melhores, devido a uma declaração de Branco Mello de 1985 em que dizia que "todos os discos que Liminha produzia pareciam iguais" e também "que era bom mesmo que Liminha não produzisse a banda". O produtor, ao saber disso, não perdeu a chance de jogar as declarações na cara da própria banda, antes de aceitar assumir o projeto. Após o mal-entendido, o grupo e o produtor iniciaram uma grande parceira, que também se repetiria nos próximos três discos da banda.
Liminha conseguiu fazer com que a banda colocasse em disco todo o peso dos shows. Também foi o primeiro produtor que realmente teve coragem de sugerir mudanças em algumas faixas, coisa que até aquele momento a banda não aceitava. Em junho sai o disco Cabeça Dinossauro, o disco que mais tarde em 1997 seria considerado pela revista Bizz como o melhor disco de pop/rock produzido no país. O disco trouxe a banda mais pesada e mais agressiva em suas letras, com influência punk e letras contundentes que não poupavam as principais instituições da sociedade brasileira ("Estado violência", "Polícia", "Família" e "Igreja"). A canção "Igreja" chegou a causar discordância na banda: enquanto a maior parte dos integrantes considerava a canção genial, Arnaldo Antunes não se sentia bem com os versos "Eu não gosto de padre, eu não gosto de madre, eu não gosto de frei... Eu não entro na igreja, não tenho religião...". Também havia divergências religiosas entre dois integrantes: Arnaldo sempre declarou acreditar em Deus, ao contrário do baixista Nando Reis (autor da canção), que sempre se declarou ateu. Devido a isso, sempre que a canção era tocada, o vocalista se retirava do palco, em um silencioso protesto. Devido ao tom agressivo, "Cabeça..." foi praticamente barrado nas rádios e na televisão, porém a situação começava a mudar. Após um começo de turnê desapontador (shows para 30 ou menos pessoas), as apresentações cada vez mais agressivas passaram a atrair milhares de pessoas. O marketing espontâneo não demorou muito e, por fim, os Titãs ganharam seu primeiro disco de ouro. Sem outra alternativa, as emissoras se renderam ao sucesso e começaram a tocar. Algumas se davam ao luxo de pagar multas para tocar as faixas censuradas, como "Bichos Escrotos". O disco Cabeça Dinossauro é um dos mais famosos deles.
Um Novo Caminho.
"Cabeça Dinossauro" abriu várias portas para os Titãs. Além do aumento do número de shows, do cachê e da atenção da mídia em cima do trabalho do grupo, a última faixa do disco abriu portas para uma nova sonoridade que seria muito utilizada no disco seguinte da banda. "O quê?", 13º faixa do álbum, foi gravada de forma diferente das demais do disco. Nela foram utilizados samplers, além de bateria eletrônica. Sua gravação durou uma semana, e o resultado agradou tanto à banda quanto aos fãs.
No Centro das Atenções.
Era dessa forma que os Titãs estavam no ano de 1987. O último disco era aclamado por público, crítica e artistas de várias estirpes da música, como Caetano Veloso e Legião Urbana. A glória e a descoberta de novos caminhos sonoros estimulou a banda a entrar em estúdio para gravar seu 4º disco, Jesus não tem dentes no país dos banguelas. Curiosidade: os lados A e B do LP foram batizados de Lado J e Lado T, para que o público não ouvisse automaticamente o lado onde estariam apenas os grandes sucessos. A utilização de samplers e bateria eletrônica foi constante nas primeiras 7 faixas do disco, causando grande revolução sonora. Dentre as faixas, destacam-se a faixa-título, Diversão, Corações e mentes e Comida, enquanto as outras seguiam a linha ditada pelo disco anterior, como em Lugar Nenhum, Nome aos Bois e Desordem. O disco seguiu o ritmo de vendas do disco anterior, e colocou de vez os Titãs entre as grandes bandas nacionais, graças ao sucesso da parceria com Liminha. O produtor chegou a ser considerado o "9º titã", devido às participações em shows do grupo paulista. Após algumas apresentações internacionais, a banda gravou ao vivo uma seleção de músicas antigas e lançou o álbum "Go Back", em 1988. O auge da parceria Titãs-Liminha consolidou-se em "Õ Blésq Blom", uma das produções mais populares até então. Seus principais sucessos eram "Miséria", "Flores", "O Pulso" e "32 Dentes". Um dos destaques curiosos deste trabalho foi a participação especial do casal de repentistas pernambucanos Mauro e Quitéria, descobertos pela banda numa praia de Recife.
Arnaldo Antunes, ex-integrante da banda, hoje em carreira solo.
As Primeiras Mudanças.
Lançado em 1991, na baixa do mercado fonográfico brasileiro oriunda da crise econômica do governo Fernando Collor de Mello, "Tudo ao Mesmo Tempo Agora" foi um baque para os críticos, defensores incondicionais da banda. O disco marca uma retomada da estética de "Cabeça Dinossauro", no entanto mais cru, com mixagem irregular e canções escatológicas. Num arroubo de confiança, os próprios integrantes produziram o disco e o fracasso comercial do trabalho foi possivelmente o estopim para a saída de Arnaldo Antunes, que passou a se dedicar a uma carreira solo.
"Titanomaquia" de 1993 continuou o trabalho anterior, com uma instrumentação "pesada" e letras escatológicas, mas com a novidade de contar com a produção de Jack Endino, produtor de bandas importantes como o Nirvana, Soundgarden e Skunkworks, 3° álbum solo de Bruce Dickinson, vocalista do Iron Maiden. A mídia se mostrou mais receptiva, mas as vendagens continuaram modestas.
Inicio da Nova Fase.
Após passar o ano de 1994 de férias, os Titãs voltaram em 1995 para lançar um novo disco. Domingo trouxe um Titãs menos escatológico, porém com um som ainda pesado. O disco serviu para que a banda acabasse com os rumores de que iria se separar. Nesse disco, os Titãs fizeram sua primeira cover.
A Era Acústico MTV.
Em 1997, para comemorar os 15 anos de carreira, a banda aceitou participar do projeto Acústico MTV. O CD e vídeo, gravado no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, chegou ao impressionante número de 1,7 milhões de cópias, mostrando um lado desconhecido do grupo: os sete integrantes, junto com o produtor Liminha, tocando instrumentos desplugados, em ritmo menos barulhento. Além de ser o Acústico mais vendido do Brasil, também contou com grupos de cordas e metais. O disco também trouxe várias participações especiais: o cantor argentino Fito Paez e o reggaeman Jimmy Cliff, além das cantoras Marisa Monte, Marina Lima e Rita Lee. As duas últimas, gravaram sua participação em estúdio. Destaque também para o ex-titã Arnaldo Antunes, que também participou do disco na canção "O Pulso". Para a crítica e maioria dos antigos fãs, esse foi o último disco considerado bom da banda. O sucesso do disco foi bastante refletido nos dois discos seguintes.
Rock In Rio IV.
Futuras Instalações e 30 Anos de Carreira.
No dia 23 de Setembro de 2011, ao lado d'Os Paralamas do Sucesso, a banda participou do show de abertura da quarta edição do Rock in Rio, no palco princial. O show contou com a abertura de Milton Nascimento, ao lado de Tony Belloto e da Orquestra Sinfônica Brasileira, tocando Love Of My Life, do Queen. O show também contou com a participação de Maria Gadú. No dia 2 de Outubro de 2011, a banda se apresentou no palco sunset do festival ao lado da banda portuguêsa Xutos & Pontapés. Logo após a essas apresentações, é encerrada a Sacos Plásticos Tour, que durou dois anos e deu lugar ao novo show Futuras Instalações. A nova turnê nada mais é que um teste para novas canções que estarão no novo álbum da banda, previsto para 2012/2013, além da banda tocar alguns clássicos. Além do novo álbum e da nova turnê, está previsto para este ano, o show Cabeça Dinossauro, onde a banda irá executar o clássico lançado em 1986 na integra, o retorno a gravadora Warner Music, com o relançamento da discografia da banda lançada entre 1984 e 1999, e uma turnê comemorativa de 30 Anos de Carreira, com a presença de Arnaldo Antunes, Nando Reis e Charles Gavin, ex-integrantes da formação clássica dos Titãs. O show foi confirmado por Paulo Miklos antes de uma apresentação em Manaus.
Curiosidades
A maioria dos integrantes da banda se conheceu no Colégio Equipe, em São Paulo, no final da década de 1970 e, a partir de uma apresentação na Biblioteca Mário de Andrade no ano de 1981, passaram a fazer shows em várias casas noturnas da cidade.
Integrantes
Atuais
Branco Mello (Vocal e Baixo)
Paulo Miklos (Vocal e Guitarra)
Sérgio Britto (Vocal, Teclado, e Baixo)
Tony Bellotto (Guitarra)
Mario Febre (Bateria, 2010-At)
Ex-integrantes.
André Jung (Bateria, 1982-1985)
Arnaldo Antunes (Vocal, 1981-1992)
Charles Gavin (Bateria e Percussão, 1985-2010)
Ciro Pessoa (Vocal, 1981-1983)
Marcelo Fromer (Guitarra, 1981-2001)
Nando Reis (Vocal e Baixo, 1981-2002)
Discografia
1986 - Cabeça Dinossauro (Relançado em 2012) - Link
1987 - Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas - Link
1991 - Tudo ao Mesmo Tempo Agora - Link
1994 - 94 vol.2 - Link
1999 - Sempre Livre Mix: Titãs & Paralamas Juntos ao Vivo - Link
1999 - As Dez Mais - Link
2000 - E Collection CD1 - Link
2000 - E Collection CD2 - Link
2001 - A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana - Link
2003 - Como Estão Vocês? - Link
2006 - 30 anos - Link
2008 - Paralamas e Titãs Juntos e Ao Vivo - Link
2012 - Titãs e Xutos & Pontapés Ao Vivo no Rock in Rio 2011 - Link
2012 - Cabeça Dinossauro ao Vivo 2012 - Link
2015 - Nheengatu ao Vivo - Link
2018 - 12 Flores Amarelas - Link
Videos